QUAL É A UTILIDADE DA UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES?

A UNE deveria “defender os interesses dos estudantes”, mas me parece que só defendem os interesses políticos da esquerda.
Desde 1979, a União Nacional dos Estudantes tem partido. Ainda clandestino no ocaso do regime militar, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) tinha como filiado Ruy César Costa Silva, presidente da entidade estudantil.
Desde então, a hegemonia comunista se mantém de pé. Aldo Rabelo, Renildo Calheiros, Orlando Silva e Lindenbergh Farias eram filiados ao PCdoB, foram eleitos presidentes da UNE e se tornaram nomes bem-sucedidos da política. Outros, como Carina Vitral, não tiveram a mesma sorte. A ex-presidente teve apenas 6% dos votos na eleição para a prefeitura de Santos (São Paulo).
De qualquer forma, o uso da UNE como trampolim para uma carreira política não é novidade. É mais comum ver a entidade protestando em defesa de um condenado em segunda instância do que escutando demandas estudantis.
Para quem está à frente da entidade, se deixar ser cooptado por um grupo político pode valer à pena. Em 2011, o congresso da entidade recebeu R$ 4 milhões em patrocínio estatal. Entre 2006 e 2010, a UNE e a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas) de São Paulo receberam cerca de R$ 12 milhões do Ministério dos Esportes (comandado por Orlando Silva) para capacitar estudantes e promover eventos culturais. Resultado? O dinheiro foi utilizado até para pegar bebidas alcoólicas.
Tudo isso seria menos terrível se não fossem duas particularidades brasileiras.
Em um país com forte cultura cartorial, até mesmo a entidade representativa dos estudantes está definida em lei. O Governo Federal, pela Lei 7.935/85, é obrigado a reconhecer a UNE não apenas como representante legítima dos estudantes, mas a ÚNICA entidade nacional neste âmbito.
Para piorar, a Lei 12.933/13 garante a União Nacional dos Estudantes (UNE) o monopólio na emissão de carteirinhas estudantis. O comércio do documento gera somas inacreditáveis de dinheiro. Sem nenhuma surpresa, estamos cegos quanto ao destino dele.
Hoje, o movimento estudantil parece uma versão mirim do que se vê na política-partidária, mas com vícios ainda piores.